Há diferença entre psicologia clínica e psicologia da saúde?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

COMPLEXO DE ÉDIPO: FREUD E A MULTIPLICIDADE EDÍPICA

Eve samagaia, Valmor Freitas e Wilson Pereira Figueredo, alunos do terceiro semestre de Psicologia da UNIASSELVI - FAMEBLU

O complexo de Édipo, diz respeito às relações inconscientes entre pais e filhos, onde o filho ou filha toma como seu primeiro objeto sexual o genitor do sexo oposto, e tenta livrar-se do genitor do mesmo sexo que o seu, num segundo momento busca identificar-se com este último. Por volta dos três a quadro anos de idade ocorre o ápice deste conflito, seguido de um período de latência até a chegada da adolescência onde o sujeito volta-se ao mundo em busca de novos objetos sexuais.

Chaim Samuel Katz em sua obra “Complexo de Édipo: Freud e a multiplicidade edípica” parte das origens da lenda de Édipo e rastreia o conceito de complexo na história da medicina. Na tomada das várias versões da lenda do rei de Tebas, Chaim Katz privilegia a versão de Sófocles por ser a mais elaborada que chegou até nós. No inicio de sua obra Chaim Katz cita um texto de Foucault que ensina que a psicanálise freudiana está permanentemente em movimento, enlaçando seus conceitos repetidamente. A obra, “Complexo de Édipo: Freud e a multiplicidade edípica” nos trazem informações para a compreensão da formação do funcionamento psíquico bem como a formação dos delírios das fantasias, das psicoses e tantas outras patologias. Nenhuma criança escapa ao complexo de Édipo, portanto esse assunto traz implícita a nossa história, a maneira como lidamos com as pessoas que nos cercam a resolução de conflitos esta ligada as primeiras relações parentais que marcaram nossa história.

Freud nos remete a pensar sobre conceitos como a libido o recalque, as pulsões, a sexualidade, o inconsciente, a consciência, nossas memórias, a percepção, as representações e sintomas. As expressões contidas neste glossário fazem parte da leitura de muitos profissionais da área da saúde com maior destaque para psicólogos e psiquiatras, a leitura desse glossário fará com que você obtenha melhor compreensão ao ler livros artigos e periódicos da área.
GLOSSÁRIO
Afeto: “Um dos estados emocionais, cujo conjunto constitui a gama de todos os sentimentos humanos, do mais agradável ao mais insuportável, que se manifesta por uma descarga emocional violenta, física ou psíquica, imediata ou adiada” (CHEMAMA, 1995, p. 10).

Complexo de castração: “Em teoria psicanalítica, a combinação dos sentimentos e fantasias inconscientes da criança associado a ser privada do FALO o que nos meninos significa a perda do pênis e nas meninas a crença de que ele já foi removido. Deriva-se da descoberta de que a menina não tem pênis e esta estritamente ligada ao complexo de Édipo” (VANDENBOS, p. 195).

Complexo de Édipo: "Em teoria psicanalítica, os sentimentos eróticos do filho em relação a mãe, acompanhados por rivalidade e hostilidade em relação ao pai, durante o estágio fálico de desenvolvimento. O relacionamento correspondente entre a filha e o pai é denominado complexo de Édipo feminino. O complexo de Édipo completo inclui tanto essa forma heterossexual, denominada complexo de Édipo positivo, como sua contra parte homossexual, o complexo de Édipo negativo "(VANDENBOS, 2010, p. 195).

Defesa: “Sigmund Freud designa por este termo o conjunto das manifestações de proteção do eu contra as agressões internas ( de ordem pulsional) e externas, suscetíveis de constituir fontes de excitação e, por conseguinte, de serem fatores de desprazer. As diversas formas de defesa em condições de especificar afecções neuróticas costumam ser agrupadas na expressão mecanismos de defesa” (ROUDINESCO e PLON, 1998, p. 141).

Delírio: “Segundo S. Freud, tentativa de cura, de reconstrução do mundo exterior, pela restituição da libido aos objetos, privilegiada na paranóia e tornada possível graças ao mecanismo da projeção, que permite que aquilo que foi abolido dentro retorne ao sujeito de fora” (CHEMAMA, 1995, p. 38).

Desejo: “Em teoria psicanalítica, a manifestação psicológica de um instinto biológico que opera em um nível consciente ou inconsciente, em linguagem geral, qualquer vontade ou ânsia” (VANDENBOS, 2010, p. 271).

Fantasia: “Alguma das séries de experiências e processos mentais marcados por imagens vívidas, intensidade de emoções e relaxamento ou ausência de lógica. Essas experiências podem ser conscientes ou inconscientes em grau variados” (VANDENBOS, 2010, p. 410).

Histeria: “Derivada da palavra grega hystera (matriz, útero) a histeria é uma neurose caracterizada por quadros clínicos variados. Sua originalidade reside no fato de que os conflitos psíquicos inconscientes se exprimem de maneira teatral e sob forma de simbolizações, através de sintomas corporais paroxísticos (ataques ou convulsões de aparência epilética) ou duradouros (paralisias, contraturas, cegueiras)” (ROUDINESCO e PLON, 1998, p. 337).

Identificação: “Termo empregado em Psicanálise para designar o processo central pelo qual o sujeito se constitui e se transforma, assimilando ou se apropriando em momentos chaves de sua evolução, dos aspectos, atributos ou traços dos seres humanos que o cercam” (ROUDINESCO e PLON, 1998 p. 363).

Incesto: “Chama-se incesto a uma relação sexual, sem coerção nem violação, entre parentes consangüíneos ou afins adultos ( que tenham atingido a maioridade legal), no grau proibido pela lei que caracteriza cada sociedade: em geral, entre mãe e filho, pai e filha, irmão e irmã. Por extensão, a proibição pode estender as relações sexuais entre tio e sobrinha, tia e sobrinho, padrasto e enteada, madrasta e enteado, sogra e genro, sogro e nora” (ROUDINESCO e PLON, 1998, p.372).

Libido: “Energia psíquica das pulsões sexuais, que encontram seu regime em termos de desejo, de aspirações amorosas, e que para S. Freud, explica a presença e a manifestação do sexual na vida psíquica” (CHEMAMA, 1995, p. 126).

Narcisismo: “Amor próprio excessivo ou egocentrismo, em teoria psicanalítica, adotar o próprio ego ou corpo como um objeto sexual ou foco da libido ou procurar ou escolher alguém para fins de relacionamento com base em sua semelhança com a própria pessoa” (VANDENBOS, 2010, p. 635).

Neurose: “Qualquer um de uma variedade de transtorno mentais caracterizados por ansiedade significativas e outros sintomas emocionais aflitivos, como medo persistente e irracional, pensamentos obsessivos, atos compulsivos, estados dissociativos e reações somáticas e depressivas” (VANDENBOS, 2010, p. 647).

Paranóia: “Organização psicótica da personalidade ligada à ausência, no sujeito, da função paterna simbólica” (CHEMAMA, 1995, p. 159).

Prazer (princípio de): Princípio que rege o funcionamento psíquico, segundo o qual a atividade psíquica tem por finalidade evitar o desprazer e buscar o prazer (CHEMAMA, 1995, p. 164).

Pulsão: “Termo surgido na França, em 1625, derivado do latim pulsio, para designar o ato de impulsionar. Empregado por Sigmund Freud a partir de 1905 tornou-se um grande conceito da doutrina psicanalítica, definido como a carga energética que se encontra na origem da atividade motora do organismo e do funcionamento psíquico do homem” (ROUDINESCO e PLON, 1998, p. 628).

Recalque: “Para Sigmund Freud, o recalque designa o processo que visa manter no inconsciente todas as idéias e representações ligadas ás pulsões e cuja realização, produtora de prazer, afetaria o equilíbrio do funcionamento psicológico do indivíduo, transformando-se em fonte de desprazer. Freud, que modificou diversas vezes sua definição e seu campo e ação, que o recalque é constitutivo do núcleo original do inconsciente. No Brasil também se usa o termo recalcamento” (ROUDINESCO e PLON, 1998, p.647).

Sexualidade: “Sexualidade não designa apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda espécie de excitações e de atividades presentes que proporcionam um prazer irredutível a satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental e que se encontram a titulo de componentes na chamada forma normal do amor sexual” (LAPLANCHE e PONTALIS, 2001, p. 476).

Signos: “Em lingüística e SEMIÓTICA, tudo o que transmite significado, um signo pode ser verbal ou não verbal” (VANDENBOS, 2010, p. 841).

Subjetividade: “Em geral, a tendência a interpretar dados ou a fazer julgamento à luz de sentimentos, crenças ou experiências pessoais, em pesquisa empírica, a falha em alcançar padrões adequados de objetividade” (VANDENBOS, 2010, p. 879).

Tabu: “Convenção religiosa, moral ou social proibindo um determinado comportamento, objeto ou pessoa” (VANDENBOS, 2010, p. 890).

REFERÊNCIAS

CHEMAMA, Roland. Dicionário de psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995.

KATZ, Chaim Samuel. Complexo de Édipo: Freud e a multiplicidade edípica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2009.

PONTALIS, Jean Bertrand; LAPLANCHE, Jean. Vocabulário de psicanálise. São Paulo 2001.

ROUDINESCO, Elizabetth; PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

VANDENBOS, Gay R. Dicionário de Psicologia da APA. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Um comentário:

  1. As novelas tem mostrado muitos casos de amor entre sogra e genro, e como se multiplicidade do complexo de Édipo.

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