Há diferença entre psicologia clínica e psicologia da saúde?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Psicologia e Os Desastres Naturais

http://www.psicologiaemanalise.com.br/2010/04/desastres-naturais-e-suas-consequencias_18.html


Desastres naturais e suas consequências na vida das pessoas

Vivenciamos uma serie de desastres, catástrofes naturais, como se de alguma forma a natureza estive cobrando seu espaço. Todas essas catástrofes trás sofrimentos para tantos indivíduos e famílias, consequências devastadoras por vezes irreparáveis na vida de tanta gente.

As pessoas não estão perdendo só seus bens, junto a isso ocorre perdas ainda maiores e mais importantes como, amores, filhos, parentes, amigos, além do sossego , sono e o desejo pela vida.

A família é a base de sustentação dos indivíduos, quando algo de grande proporção ocorre que pode desencadear cisão entre seus membros, fica a pergunta: Como reconstruir ou mesmo refazer essas famílias em meio a tanto sofrimento, perdas e dor?

Os desastres provocam traumas não só quando trás grandes consequências a nível material, mais principalmente quando afeta o lado psíquico do indivíduo em decorrências dessas perdas.

Todo esse sofrimento pode ser sinalizador e desencadear fobias, depressão, transtornos emocionais que muitas vezes podem caminhar para problemas irreparáveis, situações que serão registradas e armazenadas pelo cérebro.

Talvez a única coisa que possa reerguer e refazer essas pessoas que passam por algum tipo trauma seja o apoio encontrado na ajuda solidaria de tanta gente, que leva sua força, esperança e dignidade através da solidariedade.

As redes de apoio são fundamentais, tem como objetivo proteger essas famílias que estão em sofrimento, uma de suas tarefas é amparar na hora do desamparo, formar de uma "teia humanitária" dispostas a contribuir.

Esse refazer trás outra conotação diz respeito à força que tantas pessoas carregam dentro de si, que aqui chamo de auto-preservação, uma força instintiva que coloca o ser humano em busca da superação.

Porém, não significa que esses traumas serão extintos das mentes e nem da alma, mais todo apoio ajudará a gerar confiança, desejo de dias melhores, que será a “chave mestra” para uma recuperação da saúde e bem está psíquico.

Neste caso uma assistência especializada pode fazer a diferença. Pois não se trata apenas de colocar uma “pedra” no passado, no sofrimento e nas perdas, mas refazer a história, re-significar esse passado, dando a ele outro sentido.

Uma coisa é certa, preparados ninguém nunca está para vivenciar tantas perdas, reconhecer a necessidade de ajuda neste processo de luto é fundamental para a partir desse momento dar um novo passo na reconstrução da história.

O importante é não deixar que as lembranças e a esperança fiquem embaixo de tantos escombros, mas acreditar que há possibilidade de recomeçar sempre.

Quem passou por perdas, desastres, catástrofes é provável que jamais esqueça, mas o apreender a lidar com esses emaranhados de sentimentos dará outro sentido à vida.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tornado Causa Destruição em Canela RS








Tornado atinge Canela no Rio Grande do Sul


Ventos de até 124 quilômetros por hora atingiram Canela, na serra gaúcha, Rio Grande do Sul, na noite de quarta-feira, 21 de julho, por volta de 20h40min..

CENÁRIO


Canela é um município brasileiro de origem alemã na serra do estado do Rio Grande do Sul. Faz divisa com a cidade de Gramado. A cidade é muito conhecida pelas atrações turísticas, tais como a Cascata do Caracol, o Parque da Ferradura e a Catedral de Pedra.
Está localizada na Serra Gaúcha, na Região das Hortênsias. Possui um relevo bastante acidentado tendo sua área urbana localizada a 837 metros de altitude. A combinação deste relevo com a hidrografia abundante proporciona à cidade diversas cascatas e vales.

RASTRO DE DESTRUIÇÃO


Na estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a velocidade do vento registrada foi de 123,8 km/h. Os bairros mais atingidos foram Vila dos Cedros, Vila Maggi, São José, Santa Marta, Quinta da Serra e Santa Terezinha.
A Prefeitura de Canela informou que os três bairros afetados pelo vendaval ficam a cerca de três quilômetros do centro. Os maiores prejuízos foram registrados no bairro de classe média Santa Terezinha, onde duas fábricas de móveis e uma metalúrgica foram destelhadas e cerca de 300 casas foram total ou parcialmente destruídas.
Nos mais de sete quilômetros de destruição deixados pelo tornado que sacudiu o coração da principal região turística do Estado, quase todos os pontos de visitação mais frequentados de Canela e Gramado saíram a salvo.
O tornado devastador cruzou a Avenida das Hortênsias, principal ligação entre as duas cidades, passou pelo Vale do Quilombo e destroçou áreas de sete bairros residenciais de Canela. A ventania passou muito perto de locais famosos, a menos de um quilômetro da Praça da Matriz, onde fica a Catedral de Pedra. Foram destruídas mais de 200 árvores.

PARECE QUE UMA MOTOSSERRA PASSOU PELA CIDADE


O prefeito da cidade, Constantino Orsolini, disse que nunca tinha visto algo assim em sua vida. Tem bairros que parece que passou uma motosserra, derrubando todas as árvores. O cenário é de destruição, ruas foram detonadas, esgotos estão entupidos, postes de luz foram arrancados.

VÍTIMAS


Onze pessoas deram entrada no Hospital de Caridade até à meia-noite – nenhuma com ferimentos graves. Todas já foram liberadas.

DEFESA CIVIL CONTABILIZA OS DANOS


■ 489 casas afetadas, sendo 408 estão danificadas e 81 destruídas
■ Cerca de 2.000 pessoas foram afetadas de alguma forma pelo temporal e 180 pessoas estão desalojadas, ou seja, na casa de parentes ou amigos. Ao todo, 11 pessoas ficaram feridas com o fenômeno climático e foram atendidas no hospital de Caridade de Canela – todas já foram liberadas.
■ De acordo com o balanço, outras três cidades do Estado tiveram grandes prejuízos. Em Ibiaçá, 22 residências ficaram danificadas com a forte chuva. Em Imigrante, um vendaval e uma chuva de granizo atingiram 3.000 pessoas e danificaram cem casas, destruindo outras 20. Na cidade de Nonoai houve enxurrada e 25 moradias ficaram danificadas.
■ Já em Gramado e em São Francisco de Paula, o estrago ocorreu em pontos localizados, com a queda de árvores. Até o momento, a Defesa Civil não contabiliza feridos nessas cidades.

OS ESTRAGOS POR BAIRRO


■ São José e Santa Marta: 32 casas danificadas e 14 destruídas (baixa renda). 14 danificadas e nenhuma destruída (maior poder econômico). Serão necessários 3.740 metros quadrados de telhas.
■ Quinta da Serra: Sem danos entre a população baixa renda. 10 danificadas e uma destruída (maior poder econômico). Serão necessários 1.650 metros quadrados de telhas
■ Santa Terezinha: 7 casas danificadas e 24 destruídas (baixa renda). 109 danificadas e seis destruídas (maior poder econômico). Serão necessários 12,4 mil metros quadrados de telhas

■ Vila Maggi: 10 danificadas e 11 destruídas (baixa renda). 4 danificadas e nenhuma destruída (maior poder econômico). Serão necessários 2.080 metros quadrados de telhas
■ Vila do Cedro e Leodoro de Azevedo: 108 danificadas e 25 destruídas (baixa renda). 113 danificadas e nenhuma destruída (maior poder econômico). Serão necessários 23,8 mil metros quadrados de telhas.

TESTEMUNHAS


■ Maicon Ghesla, espiou pela janela e viu a cobertura de zinco da fábrica de móveis Castanheira flutuando no ar, metros acima do pavilhão de alvenaria. A estrutura metálica girou, girou e então explodiu. Folhas de zinco foram arremessadas em todas as direções, voando centenas de metros. Uma das lâminas trombou com uma árvore em frente à casa da família Ghesla e deu três voltas ao redor do tronco, como para embrulho. Tudo tremia, estrondava e rodopiava. Quando o bombardeio amainou, depois de menos de um minuto, a casa da família e ruas inteiras do bairro Santa Terezinha, em Canela, estavam transformadas em escombros.


■ Situado a apenas 800 metros da Igreja de Pedra, um dos cartões-postais mais conhecidos do Rio Grande do Sul, o bairro de classe média foi, epicentro de um fenômeno com características de tornado.. Na sequência do vendaval, os moradores atravessaram debaixo de chuva e frio, na escuridão sem energia elétrica, uma noite de contornos irreais. Vagando pelas ruas, vislumbravam pinheiros que dois homens não conseguiriam abraçar despedaçados ao meio ou arrancados pela raiz com a violência do vento. Descobriam que, em locais onde até minutos antes ficava a casa de tijolos de um amigo, restava agora apenas um par de degraus conduzindo a lugar algum. Encontravam construções destroçadas com a facilidade com que se amassa uma folha de papel. Viam coisas onde elas não deviam estar: um bosque de pinus transferido para cima de uma casa, uma porta metálica de garagem no alto de uma árvore, um poste de concreto partido em três junto ao meio-fio. Era tanta devastação que quem tinha apenas um destelhamento para lamentar se considerava afortunado.


■ O pintor Mário Luís Ghesla, pai de Maicon, conta que o primeiro sinal da tragédia foi uma rajada tão potente que o vento não parecia de ar, mas de pedra. Depois a casa tremeu, e, enquanto tremia, os vidros das janelas estouraram, espalhando estilhaços. Um tijolo vindo ninguém sabe de onde atravessou a parede da sala de uma extremidade a outra. O forro parecia ser puxado para cima. A energia elétrica falhou. No dia seguinte, restava a Ghesla cobrir o telhado desaparecido com lonas, lamentar o automóvel destroçado na garagem e encontrar no quintal fragmentos das vidas dos vizinhos: pedaços de moradias, utensílios domésticos e até mesmo um computador vindo não se sabe de onde. Destelhou e molhou tudo em casa. Nem sei mais o que presta e o que não presta – lamentou.


■ O mecânico Jean Carlos Boch, perguntava-se onde afinal foi parar o segundo piso de sua casa, constituído por dois quartos e um banheiro de alvenaria. Aqui neste monte de entulho era minha garagem. Uma parede da minha casa o vizinho disse que está dentro da casa dele. Mas o segundo piso eu realmente não sei onde foi – surpreendia-se Boch, que viu serem destruídos a moradia, dois carros, móveis e eletrodomésticos. Na hora do tornado, o mecânico estava na sala. Ele lembra primeiro do corte na energia elétrica. Depois, descreve um silêncio total e estranho:
– Então veio vento de supetão, derrubando, como o fim do mundo. Foi um barulho que não tenho como definir o que era. Vidraça estourando nas casas, parede voando contra parede, ferro batendo, gente gritando. Quando nosso telhado começou a levantar, ficamos todos em um canto, abraçados, sob chuva de telhas. Uma me acertou no ombro. Na hora em que a coisa aquietou e olhei o estrago na rua, pensei: terminou o mundo. Na minha cabeça, tudo não durou nem um minuto.


■ Nenhuma destruição foi tão impressionante como a dos pavilhões onde funcionavam duas fábricas de móveis sob medida. Até o fim do expediente da quarta-feira, as indústrias Castanheira e Aristeu Pires fervilhavam de atividade nos seus mais de 4 mil metros quadrados de área construída. Ocupavam prédios de tijolo e aço nos quais cerca de 50 funcionários trabalhavam, produzindo a mobília dos sonhos de gaúchos de todos os quadrantes. Ontem, as fábricas estavam espalhadas pelo bairro, na forma de milhares de estilhaços de telhas, tijolos, móveis inacabados e madeira. O expediente dos funcionários consistia em saltar sob os entulhos, tentando resgatar algo de aproveitável. Mas não sobrou quase nada. Uma parede dos pavilhões ficou parcialmente em pé, mas as outras foram ao chão. Móveis e maquinário entortaram, quebraram, perderam-se. No chão, em meio a tijolos solteiros que na véspera eram uma parede, um cartaz roto avisava: “Mantenha organizado”. O cenário lembrava o de um prédio implodido com as melhores técnicas da engenharia


■ Mais impressionante do que a destruição, só o fato de ninguém ter morrido ou se ferido gravemente. Sozinha na hora do tornado, Lodenira Lodea, foi a sobrevivente mais improvável. Ela foi arremessada com casa e tudo para o pátio do vizinho. Até o assoalho voou. Sua residência, de madeira e alvenaria, colidiu com a do vizinho, que também cedeu. Ele ouviu os gritos da vizinha e a resgatou de entre as tábuas, praticamente sem sair de casa.

COBERTURAS PROVISÓRIAS


Foram distribuídas lonas para cobrir casas e estabelecimentos e ao longo da quinta-feira (23) pela Defesa Civil

AVALIAÇÃO DOS DANOS


Técnicos da Defesa Civil, engenheiros e arquitetos finalizam na sexta-feira, 23 de julho, o relatório da situação de emergência em Canela no desastre que deve figurar entre os cinco maiores da história do Estado. O critério foi usado pelo major Aurivan Chiocheta, subchefe da Defesa Civil estadual . Segundo o major, técnicos da UFRGS devem chegar a Canela ainda hoje para fazer uma análise mais detalhada da situação. Eles se juntam aos profissionais que já trabalham no município desde a madrugada de quinta-feira. Materiais como telhas, agasalhos, alimentos e colchões já estão sendo distribuídos às famílias atingidas.

ESTIMATIVA DE PRAZO PARA RECUPERAÇÃO DA CIDADE


De quatro a oito meses tudo deve ser recuperado. Será necessária muita ajuda dos governos federal e estadual.

ESTIMATIVA DOS PREJUÍZOS


A estimativa é de que serão necessários R$ 10 milhões (5,6 milhões de dólares) para a reconstrução.

MOBILIZAÇÃO DE PESSOAL


Cerca de 200 pessoas da Defesa Civil, equipes da Prefeitura, do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar ainda trabalham na reforma de 157 casas populares destruídas pelos temporais em Canela.

CIDADE DE TURISMO


O prefeito destacou a importância dos turistas para a cidade. Com 60% da economia baseada no turismo, o prefeito pediu aos turistas que continuem visitando a cidade. Se você quer ajudar Canela, venha até Canela, disse o prefeito.

BALANÇO DEFINITIVO DOS DANOS


O Município decretou situação de emergência em decorrência de ventos intensos seguidos de chuva forte. O evento climático atingiu parte da área urbana da localidade.
Registra-se que
■ 1300 pessoas foram afetadas de alguma forma, 200 pessoas estão desalojadas, 11 pessoas estão desabrigadas, 11 ficaram levemente feridas,
■ 444 residências foram danificadas e 81 ficaram destruídas.
■ também ocorreram danos nos sistemas de energia elétrica, de comunicação e transporte.

Fontes: UOL Notícias -22 de julho de 2010, Zero Hora – 23 a 25 de julho de 2010

Comentário:


Por falta de equipamentos meteorológicos (radares) existe controvérsia no tipo de ocorrência, foi tornado ou não?
Meteorologistas ainda não têm certeza de qual fenômeno atingiu Canela. Mas já sabem que os estragos são resultado do encontro de um frente fria que subia a Serra com uma massa de ar quente proveniente da Amazônia, o conhecido vento norte.
– Foi a combinação para a formação de uma tempestade com vento forte. Tínhamos temperaturas elevadas em Canela. Chegou a 23°C à tarde. Ao se chocar com a instabilidade que vinha do Sul, o vento norte ganhou intensidade – explicou a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia.

Por ter causado estragos em uma área de cerca de duas quadras de Canela e ter tido uma duração de poucos minutos, a meteorologista acredita que a cidade possa ter sido atingida por um tornado ou ainda por uma microexplosão. A confirmação do fenômeno só poderá ser feita a partir da análise dos estragos e relatos de moradores que presenciaram o fenômeno.
– Em apenas 1% dos temporais aqui no Estado ocorrem tornados. E geralmente duram poucos segundos, até um minuto. A microexplosão é mais comum e pode durar alguns minutos – explicou Estael.
Conforme ela, no caso do tornado, o movimento dos vento ascendente e descendente provoca uma rotação dentro da nuvem. Esta rotação gera o funil, o tornado, que pode tocar o solo várias vezes.
– Ao tocar o solo, o tornado tem uma grande força de destruição. É comum ver árvores e postes retorcidos. Os destroços são arremessados em foram espiral sobre o terreno após serem sugados pelo tornado – disse Estael.

Mais comum, a microexplosão também está sendo investigada. Ela ocorre quando o vento descendente se desprende da base da nuvem e atinge o solo com grande força. É como se uma bomba tivesse caído no solo. – Também é um fenômeno hiperlocal que pode atingir apenas uma quadra ou um bairro – explica ela.
A terceira hipótese é uma frente de rajada. Por ter geralmente uma extensão de estragos maior, é a menos provável das causas.

O meteorologista Marcio Custódio explica que é difícil definir o fenômeno, mas as características do rastro de destruição deixado por ele são parecidas as de um tornado.

— Analisando fotos do evento e conversando com colegas da região, optamos por definir o sistema como um tornado. Vimos fotos aéreas que mostram que apenas um lado da rua foi destruído e o outro estava intacto. Isso é bem caraterístico de um tornado, que é um funil e faz uma trilha de estragos e árvores arrancadas pela raiz. Ele é um sugador, que puxa tudo para cima e joga longe. Já na microexplosão, outro fenômeno, a rajada vem de cima para baixo e acaba por quebrar no meio a árvore, sem arrancar pela raiz — explica.

Custódio afirma que pesquisas apontam que a região sul do Brasil é a segunda no mundo em incidência de tornados, perdendo apenas para os Estados Unidos.
— O problema é que não temos as ferramentas necessárias, como radares meteorológicos, para identificar esses fenômenos. Aqui fica muito no visual, de alguém tirar fotos ou eles passarem perto de uma estação meteorológica. A interpretação varia de cada meteorologista. Como ninguém viu a configuração clássica do tornado, o funil, há divergências entre os Institutos, o que é normal neste caso — completa o meteorologista, que acredita que a velocidade do vento pode ter sido ainda mais forte em pontos mais próximos de onde o tornado passou, podendo ter atingido até cerca de 200 km/h.

Escala Fujita
A classificação chamada escala Fujita, é feita de acordo com a intensidade do fenômeno. Ela foi desenvolvida por Tetsuya Theodore Fujita,da Universidade de Chicago










O Efeito dos Tornados, Furacões e Tufões.

Tornados, Furacões e Tufões



A origem dos ciclones é ainda um mistério para os cientistas. Ninguém sabe direito como se formam essas monstruosas colunas, que carregam uma energia equivalente a de uma bomba atômica de 20 quilotons. É uma grande massa de ar que executa um movimento giratório muito rápido, mudando muito depressa de lugar na superfície da Terra, igual a Terra que gira ao redor do Sol, sem parar de girar ao redor dele. Quando isso ocorre, o mar pode ser violentamente perturbado. Algumas vezes, na região que gira ,fica com muito pouco ar, e o tornado gira como se fosse uma coluna oca. Então a água situada abaixo é sugada e passa a ocupar o espaço quase vazio que existe dentro da coluna, formando-se assim a tromba marinha ou tornado.
O tornado é uma coluna ondulante de nuvens, com diâmetro de menos de 2km, que se desloca a uma velocidade de 30km/h a 60km/h. Ele ocorre com a chegada de frentes frias, em regiões onde o ar está mais quente e instável. Estima-se que a velocidade do vento dentro do funil possa atingir 450km/h ( o cálculo por meio de instrumentos é inviável, porque eles são destruídos pela força da tempestade ). Os tornados são os mais destruidores de todas as perturbações atmosféricas, mas a área afetada por eles é limitada. Os tornados mais intensos costumam acontecer no centro-oeste dos Estados Unidos e na Austrália.

Formação de um tornado:


1- Antes do desenvolvimento da tempestade, uma mudança na direção do vento e um aumento da velocidade com a altura criam uma tendência de rotação horizontal na baixa atmosfera. Essa mudança na direção e velocidade do vento é chamada de cisalhamento do vento.

2- Ar ascendente da baixa atmosfera entra na tempestade inclinada e o ar em rotação da posição horizontal muda para a posição vertical.

3- Então há a formação de uma área de rotação com comprimento de 4-6 km, que corresponde a quase toda extensão da tempestade. A maioria das tempestades fortes e violentas são formadas nestas áreas de extensa rotação.

4- A base da nuvem e sua área de rotação são conhecidas como wall cloud. Esta área é geralmente sem chuva.

A palavra tornado veio da palavra espanhola Tornada, que significa tempestade. Um tornado sobre a água é denominado tromba d'água. Tornados geralmente tem um tempo de vida de alguns minutos e raramente duram mais do que uma hora. Tornados são ventos ciclônicos que giram com uma velocidade muito grande em volta de um centro de baixa pressão. São menores que os furacões e seu tempo de vida também. Um tornado pode ter uma largura tanto menor do que 30 metros, quanto maior do que 2,5km. Os menores tornados são denominados mínimos e os maiores de máximos. Um mínimo irá durar não mais do que alguns minutos, deslocar-se um quilômetro e meio e ter ventos com velocidade de 160km/h. Um máximo pode deslocar-se 320km ou mais, durar até 3 horas e ter ventos com velocidade superior a 400km/h.
O tornado percorre um caminho muito irregular. Quando o funil toca o solo, ele pode mover-se em linha reta ou descrever um trajeto sinuoso. Ele pode até duplicar-se, pular lugares ou formar vários funis. A maioria dos tornados do Hemisfério Norte deslocam-se do sudoeste para o nordeste e possuem rotação em sentido anti-horário. No Hemisfério Sul, os tornados possuem rotação horária.

Assim como os terremotos possuem a Escala Richter para medir sua intensidade, os tornados possuem a "Fujita-Pearson Tornado Intensity Scale", ou seja uma escala usada pelos meteorologistas para medir a intensidade dos ventos de um tornado. Essa escala foi nomeada em homenagem aos dois homens que a desenvolveram: Dr. Theodore Fujita e Allan Pearson, diretores do Centro de Previsão de Tempo de Kansas City, nos EUA.

A Escala Fujita (mais comum denominada assim) está representada na tabela abaixo:


Classificação Velocidade do Vento(km/h) Danos
F0 ate 110 Leve
F1 111-180 Moderado
F2 181-250 Considerável
F3 251-330 Severo
F4 331-420 Devastador
F5 421-510 Inacreditável
F6 511-610 Fora de Série
O furacão é uma tempestade que se forma nas áreas tropicais, sobre os oceanos, provocando ventos de até 300Km/h. Normalmente, possui entre 450Km e 650Km de diâmetros e a distribuição do vento e das nuvens ao seu redor é igual. Em seu centro, conhecido por "olho da tempestade", em que predominam as baixas pressões, não há chuva, os ventos são brandos e o céu é praticamente limpo. Essa tempestade é chamada de Furacão quando ocorre no oceano Atlântico e de Tufão, quando acontece no pacífico.

Os termos furacão e tufão são nomes regionais para intensos ciclones tropicais, sendo este último um termo genérico para um centro de baixa pressão não-frontal de escala sinótica sobre águas tropicais ou subtropicais com convecção organizada(por exemplo, tempestades) e intensa circulação ciclônica à superfície.
Ocorrência ciclogênese tropical devido a esses fatores:

1. Águas oceânicas quentes(pelo menos 26,5°C) em uma camada suficientemente profunda, cuja profundidade não se sabe ao certo mas deve ser pelo menos da ordem de 50m. Essas águas quentes alimentarão a engrenagem térmica do ciclone tropical.

2. Uma atmosfera que se resfrie rapidamente com a altura para que seja potencialmente instável à convecção úmida, sendo essa atividade convectiva responsável pela liberação do calor armazenado nas águas para o interior do ciclone.

3. Camadas relativamente úmidas perto da média troposfera (5km). Níveis médios secos não conduzem ao contínuo desenvolvimento de atividade convectiva em uma vasta área.

4. Uma distância mínima de pelo menos 500km da linha do Equador. Para ocorrer ciclogênese tropical, há o requisito de uma Força de Coriolis não desprezível para que o centro de baixa do distúrbio seja mantido.

5. Um distúrbio pré-existente próximo à superfície com vorticidade e convergência suficientes. Ciclones tropicais não podem desenvolver-se espontaneamente, pois necessitam de um sistema levemente organizado com rotação considerável e influxo nos baixos níveis.

6. Valores baixos de cisalhamento vertical de vento entre a superfície e a alta troposfera. Valores altos de cisalhamento desfavorecem ciclones tropicais incipientes e podem prevenir sua origem ou, no caso de um ciclone já formado, pode enfraquecê-lo ou até mesmo destruí-lo dada sua interferência com a organização convectiva em torno do centro do ciclone.

Os ciclones tropicais são regionalmente denominados da seguinte maneira:


* furacões - no Oceano Atlântico Norte, Oceano Pacífico Nordeste a leste da linha internacional da data e no Oceano Pacífico Sul a leste da longitude 160°E;

* tufões - no Oceano Pacífico Noroeste a oeste da linha internacional da data;

* ciclone tropical severo - no Oceano Pacífico Sudoeste a oeste da longitude 160°E e no Oceano Índico Sudeste a leste da longitude 90°E;

* tempestade ciclônica severa - no Oceano Índico Norte;

* ciclone tropical - no Oceano Índico Sudoeste.

Um centro de baixa pressão não-frontal passa por vários estágios até atingir a condição de furacão, sendo classificados de acordo com o vento sustentável de superfície:


* máximo até 17 m/s - depressões tropicais;

* máximo entre 18 e 32 m/s - tempestade tropical;

* máximo acima de 33 m/s - furacões, tufões...

DIFERENÇA ENTRE FURACÕES E TORNADOS


Embora ambos sejam vórtices atmosféricos, eles tem muito pouco em comum. Tornados tem diâmetros de centenas de metros e são produzidos por uma única tempestade convectiva. Por outro lado, ciclones tropicais tem diâmetros da ordem de centenas de quilômetros, sendo comparável a dezenas de tempestades convectivas. Além disso, enquanto tornados requerem um forte cisalhamento vertical do vento para sua formação, ciclones tropicais requerem valores baixos de cisalhamento vertical para se formar e crescer.

Os tornados são fenômenos primariamente continentais, de modo que o aquecimento solar sobre o continente usualmente contribui favoravelmente para o desenvolvimento da tempestade que dá início ao tornado (embora também existam tornados sobre o mar, que são chamados de trombas d'água).
Em contraste, ciclones tropicais são fenômenos puramente oceânicos que morrem sobre o continente devido à quebra no suprimento de umidade. Seu ciclo de vida é de alguns dias, enquanto que o ciclo de vida de um tornado é tipicamente alguns minutos.

* Um ponto interessante é que quando um ciclone tropical está sobre o continente seus ventos de superfície decaem mais fortemente com a altura promovendo, assim, forte cisalhamento vertical do vento que permite a formação de tornados.

CICLONE MAIS DEVASTADOR


O pior ciclone de que se tem conhecimento ocorreu em 12 de novembro de 1970 no Paquistão Oriental , quando morreram entre 300 e 500 mil pessoa . Foram registrados ventos de até 240km/h e uma onda de 15 m de altura atingiu a costa do Paquistão Oriental, o delta do ganges e as ilhas do Bhola, Hatia,kukri mukri e manpura.


MAIOR NÚMERO DE MORTOS EM UM TORNADO


Um tornado que atingiu Shaturia , Blagladesh, a 26 de abril de 1989, matou em torno de 1.300 e desabrigou 50 mil pessoas.

MAIORES DANOS MATERIAIS POR UM TORNADO


Uma série de tornado que atingiu os estados de Indiana, Wisconsin, Illinois, Iowa, Michigan e Ohio, nos EUA, em abril de 1985 , matou 271 pessoas , feriu milhares de outras pessoas e causou prejuízos de mais 400 milhões.

MAIOR NÚMEROS DE DESABRIGADOS POR UM TUFÃO


O tufão "Ike", com ventos de 220Km/h, que atingiu as Filipinas a dois de setembro de 1985, matou 1363 pessoas, feriu 300 e deixou 1,12 milhões de desabrigadas.

MAIOR NÚMEROS DE MORTOS EM UM TUFÃO


Cerca de 10 mil pessoas morreram em virtude de um tufão, com ventos de até 161Km/h, que atingiu Hong Kong em 18 de setembro de 1906.


fontewww.fisica.ufc.br


http://www.defesacivil.salvador.ba.gov.br/index.php?Itemid=53&id=835&option=com_content&task=view

Aqui a Defesa Civil de Salvador BA promove curso a respeito da psicologia dos desastres e emergências.


O Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizou ontem (14.10) na Defesa Civil de Salvador uma aula sobre “Psicologia dos Desastres”. Ministrada pelo professor Marcus Vinícius de Oliveira, a apresentação enfocou o papel da psicologia em situações de emergência e de desastre.

De acordo com o professor, a Psicologia das Emergências e dos Desastres é um ramo novo da psicologia, que vai estudar as influências dos riscos e acidentes num âmbito individual e coletivo, além de avaliar as mudanças e as conseqüências provocadas na sociedade.

Abordou que a psicologia também atua com base nas quatro fases adotadas nas ações de redução de desastres (prevenção, preparação, reposta e reconstrução), trabalhando a percepção do risco, a sensibilização e acompanhando as pessoas afetadas, direta ou indiretamente, por eventos adversos.

A aula foi a primeira etapa do Seminário de Extensão: Contribuições da Psicologia em situações de Emergência e Desastres, que será promovido em novembro para todos os funcionários da Defesa Civil e órgãos parceiros.






Defesa Civil


Defesa Civil

Departamento responsável pela preparação, prevenção, resposta e reconstrução a todo tipo de desastres no Brasil e no mundo.

A defesa civil no Brasil está organizada sob a forma de sistema, denominado de Sistema Nacional de Defesa Civil- SINDEC, composto por vários órgãos.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC, no âmbito do Ministério da Integração Nacional, é o órgão central deste Sistema, responsável por coordenar as ações de defesa civil, em todo o território nacional.

A atuação da defesa civil tem o objetivo de reduzir desastre e compreende ações de prevenção, de preparação para emergências e desastres, de resposta aos desastres e de reconstrução, e se dá de forma multissetorial e nos três níveis de governo – federal, estadual e municipal - com ampla participação da comunidade.

A ação organizada de forma integrada e global do SINDEC proporciona um resultado multiplicador e potencializador, muito mais eficiente e eficaz do que a simples soma das ações dos órgãos que o compõem.

Todos os órgãos do SINDEC têm atribuições, mas a atuação do órgão municipal de defesa civil, Coordenadoria Municipal de Defesa Civil – COMDEC é extremamente importante, tendo em vista que os desastres ocorrem no município.

O município deve estar preparado para atender imediatamente a população atingida por qualquer tipo de desastre, reduzindo perdas materiais e humanas, fato que constatamos diariamente pela mídia. Daí a importância de cada município criar a sua COMDEC.

Há uma grande diversidade de desastres naturais, humanos e mistos, conforme classificação adotada pelo Sistema Nacional de Defesa Civil e aprovada pelo Conselho Nacional de Defesa Civil, a Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos – CODAR.

A realidade brasileira, neste contexto de desastres, pode ser caracterizada pela freqüência dos desastres naturais cíclicos, especialmente as inundações em todo o País, seca na região Nordeste e um crescente aumento dos desastres humanos, devido ao crescimento urbano desordenado, às migrações internas e ao fenômeno da urbanização acelerada sem a disponibilidade dos serviços essenciais.

Num cenário de extensão continental, com cerca de 8,5 milhões km2, 7.367 km de litoral banhado pelo Oceano Atlântico e 182 milhões de habitantes, o Brasil apresenta-se com características regionais de desastres, onde os desastres naturais mais prevalentes são:

  • Região Norte - incêndios florestais e inundações;
  • Região Nordeste - secas e inundações;
  • Região Centro-Oeste - incêndios florestais;
  • Região Sudeste – deslizamento e inundações;
  • Região Sul – inundações, vendavais e granizo.


FAZENDO A DIFERENÇA